domingo, 1 de junho de 2008





200 Anos da Costa-Nova





(fascículo17)




9-4-Primeiro arruamento em direcção ao mar


. Já no terceiro decénio (1934) foi, finalmente, aberto um arruamento que saindo do mercado , subia à Lomba, e daí dava acesso ao «caminho das Companhas» que tinham os seus barracões à beira-mar. Na mesma altura fez-se a ligação do «Bico», ao mar.









Os Palheirões das Companhas

Em 1907 a Companha da Sr.ªda Encarnação pediria autorização para construir uma linha férrea que ligasse a Costa-Nova à praia da Barra, com o fim de melhorar o escoamento de peixe para o mercado de Aveiro, pedido que dizia, teria feito ao Governo, e que estaria em vias de concessão. Era uma petição que já vinha de há muito. De facto, já em 1895 teria sido concessionada a Francisco Castello Branco, uma licença para uma linha férrea que ligasse o Farol ao extremo do Concelho, e que continuasse até Mira, projecto que nunca passou do papel, pois apenas foi construído o troço para vagonetes, entre a Quinta do Inglês e a Vagueira. Há referências de que também perto de Mira foram encontradas linhas-férreas. De notar que até 1915 a barca da passagem foi explorada por conta da Câmara.[1]

A primeira mota da barca da passagem


Logo nos primeiros passos do povoamento, aquando da ocupação do areal deserto daquela nesga de costa, o serviço de carreto de uma margem para a outra, de pessoas e tralhas, foi feito a expensas das Companhas, em enviadas, tendo passado a serviço público em meados do séc.XIX. E assim continuou até 1915.
A partir daí, e até 1918, aquele serviço seria concessionado a particulares, passando a ser feito em barcas mercantéis[2]. Descortina-se, todavia, que sem grandes resultados, pois que no referido ano voltaria a ser solicitado que o mesmo retornasse para encargo camarário.




Pedido para a «barca» passar novamente para a posse da Câmara ( acta 1918)


Foi com a importância recolhida dessa exploração, que atingia um valor de cerca de 500.000 reis /ano, que a Câmara suportou a despesa da iluminação a queroseno, de dois candeeiros colocados em 1907 nas imediações da mota, reivindicação que vinha de há muito a ser solicitada pela população.



O primeiro candeeiro(1926)


E terá sido ainda deste receita, que saiu o capital que permitiu amortizar o empréstimo feito para terminar a estrada que ligava Ílhavo, à Mota.E tão pródigo que ainda com parte dele acrescentado às taxas cobradas no mercado, foi permitido instalar em 1904 o estradão de tabuado que ia da lomba até ao mar, numa extensão de 600 m, para uso dos banhistas.

Este estradão colocado na lomba, ao endireito da mota das barcas, foi alvo de reclamação por parte dos moradores, do norte, que entendiam que ele deveria vir mais para o centro.
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[1] A Estrada Ílhavo Costa Nova (mota),no seu ultimo lanço foi construída pela contracção de um empréstimo de 1.4000,000 réis, amortizável em sete anos. Para o pagar contava-se com o rendimento da barca da passagem avaliado em 400,000 reis ou até 500.000.(ACMI)




[2] Em 1935 havia 8(oito) barcas na passage, propriedade de :João Cirino, Manuel Cirino, António Cirino, Tomaz Figueiredo, Manuel Cova e Joaquim Ameixa. Cada passageiro pagava 2$50;se levasse um acompanhante, este pagaria 1$00.

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