sexta-feira, 6 de junho de 2008





200 Anos da Costa-Nova


(Fascículo 19)

9.9-Abertura de alargamento da marginal.

Em 1930 sendo presidente Diniz Gomes, delibera-se,finalmente, abrir a estrada que ia do palheiro de Luís Magalhães, ao edifício de Alberto Pinto Basto, até ali uma estreita e desalinhada vereda; e logo de seguida é tomada a iniciativa de construir um arruamento paralelo a esta marginal, na lomba .



Acta da C.M.I. de 30.08.1930

Tal arruamento tinha sido delineado na Câmara[1] do Dr. Cerveira, em 1899,tendo-se reservado uma faixa de 18m para construção, a poente, devendo ficar a seu lado um espaço de 8m para uma estrada, a fazer.






Rua da Boa-Vista

Ao novo arruamento deu-se o nome de Boa-Vista (só mais tarde, em meados do século, esta designação passaria a Av. Bela-Vista ). De imediato alguns dos proprietários dos palheiros da beira-ria se propuseram adquirir os areais das traseiras que confrontavam com o referido arruamento, a nascente; a poente os terrenos são loteados e postos à venda pela Câmara, verificando-se uma verdadeira corrida aos mesmos. Constata-se um facto: nesta nova zona de edificação os adquirentes já não são, só e apenas gentes de Ílhavo e suas redondezas, pois muitos compradores são de fora do Concelho, especialmente de Aveiro e Águeda.

A Boa-Vista a Sul





Este movimento de vendas de terrenos, pela Câmara, estendeu-se nos terrenos sitos a norte do agregado urbano, na zona do «Bico». Aqui, as concessões dadas pela Câmara de Aveiro durante a anexação do Concelho, levantariam fortes problemas com o alinhamento que foi necessário levar a cabo para a finalização da estrada marginal[2].
No sul da praia, os areais que iam até à Vagueira, foram-se vendendo ou aforando, transformados em glebas (com frente de 100m e com 200m de fundo),com a ideia



Acta da C.M.I para aforamento de glebas a Sul

de transformar aqueles terrenos arenosos em terras férteis ,como as da Gafanha; são referidos os aforamentos a Alberto P. Basto, Eduardo Leitão, Jacinto Pata e Dr. Júlio Calixto, entre outros.Na venda dos terrenos destinados a construção incluíam-se algumas disposições curiosas. Os terrenos eram vendidos mas os proprietários não os poderiam, por sua vez, vender a terceiros, sendo obrigados a construir[3]. Só depois, então, poderiam transaccionar a propriedade. Esta alienação intensa de terrenos (aforamentos ,cedências e outras)tornou-se uma fonte de rendimento para os cofres da Câmara que assim começou a planear uma série de melhoramentos na praia, canalizando para esta zona concelhia ,anualmente ,uma fatia importante do erário camarário, já que a mesma era vital para o desenvolvimento do Concelho.




A Câmara de Diniz Gomes mete mãos à obra: a marginal é alargada. Para norte, na zona onde grandes proprietários tinham as suas mansões ( Taveira ,Henriqueta Maia e outros) são definidos novos alinhamentos ( passando a ser dados pela Direcção de Estradas) que abriram o caminho para a modernidade da Costa-Nova. Em 1934 será feita a ligação da Marginal ,a norte, com a Boa –Vista .Seria neste arruamento que em 1930 foi criado o lugar para a primeira Escola Primária.




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[1] Expresso na acta de 11.7.1898, da C.M.I
[2] Como o refere a acta de 11.07-1898 C.M.I.
[3] Reunião de 27.06.1898 da CMI


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