sexta-feira, 23 de maio de 2008









200 ANos da Costa-Nnova




10 - COSTA – NOVA princípio séc. XX (1900-1940)

10-1- Alterações do agregado urbano

Com o início do novo século, e mesmo perante as dificuldades de um país vivendo numa verdadeira turbulência politica, que de negror em negror social levava a augurar uma mudança radical do regime, para breve, o certo é que estava definitivamente adquirido o hábito do gozo campestre, ou o dos banhos, mezinha em moda para tratamento das moléstias dos humores que se iam acumulando ao longo do ano, desde que o bolso do paciente suportasse o dispêndio de tal receituário.
Às vigílias, às noitadas, aos abusos emocionais próprios de um tempo de convulsão onde se discutiam novas ideias que pretendiam -nem sempre com modos cordiais – dar um novo rumo ao País, vinham se juntar aos excessos das tomadas de posição na catrefa de ideologias bebidas e vertidas de um modo apaixonado.Um ror de vezes dentro de salas enfumaradas ou nos clubes, entre jogatina e diversão até altas horas, todo este fervilhar de vida corroía o ânimo, depauperava o sistema nervoso, e enfezava o corpo. O País parecia ser dos tristes, dos ensimesmados, dos cismáticos e choramingas. Nada melhor para mudar esta paisagem humana, que os fazer ir para a praia, a banhos, ou a ares, para o campo.

Ir para o campo e ou aproveitar as águas medicinais, era assim uma das prescrições do tempo; ficava contudo dispendiosa às nossas gentes. Para estas, o ir para a praia e mergulhar nas águas frias do mar, e desse modo encontrar recobro aqui á porta, saía muito mais em conta. E sendo chic! – Dando estatuto de high-life – tinha ainda uma grande vantagem: se o pecúlio não desse para suportar o preço de estadia em uma das muitas pensões que começavam a pulular pela Costa-Nova instaladas nas redondezas da mota da barca da passage, sempre se poderia ir e vir, diariamente, num simples, agradável e muito convivial e galhofeiro passeio, feito em bicicleta -e até a pé –, pela estrada que ligava o centro da Vila à Costa-Nova, num exercício que em si mesmo era já parte integrante do receituário, complemento da mezinha milagreira.







A Costa-Nova (início séc.XX)


Muito embora o ir a banhos fosse, para muitos, apenas um motivo acessório – por vezes simbólico – do tratamento preceituado, o que se pretendia, no ror das vezes, era, afinal e tão só, o divertimento para descontracção do espírito corroído pela cisma. Fosse o do próprio ou de quem com ele compartilhasse da vivência desconstrangida.

A Costa – Nova, em 1900, para os que vinham de fora, desconhecedores do bulício que ia na mesma, tinha, ainda no início do novo século, um aspecto de urbe velha, algo desolador, correnteza de palheiros escuros, sem fundo, sem perspectiva, à beira ria especados, parecendo amparados uns nos outros, encostados beiral com beiral. Valia, pois e só, a paisagem natural.

A Costa.-Nova ,e a 1ª Mota

Dizia o Bispo Trindade Salgueiro, quando vinha para o seu palheiro, o «paquete»:
Tão linda é a Costa – Nova – acampamento ligeiro e garrido, erguido entre o céu e o azul do mar, o azul da ria, o azul do céu.


(cont)

Um comentário:

Anônimo disse...

olá..
há pouco tempo fi um blog e estou a procura de amizades!!! e ainda não sei mexer aki, heheh mas tudo bem!
gostei do teu blog!!!
adorei esse texto tb!!!
abraços, bom final de semana