domingo, 25 de maio de 2008




200 ANOS DA COSTA-NOVA


(fascículo 14)

Mas para os que estivessem de dentro, e procurassem melhor, havia nela, uma vida em início, já buliçosa, viva. Uma subida à lomba para daí dar um olhar fundo, a observar ainda que de longe, a azáfama das Companhas, era sustento e regalo, interiores. Um bordo até lá ao norte, seguida de uma popada em direcção a sul, a bordejar a ria, com atracação obrigatória na Praça para dois dedos de conversa, era o bastante para um recém-chegado imbricar o desejo de aqui ficar.
Rapidamente a urbe evoluiria.Nos primeiros decénios do séc.XX a distribuição do agregado urbano estava já definido: - à beira ria, com a água a beijar-lhe os pés, alongava-se um cordão de palheiros de madeira já ocupados pelos proprietários com as suas vendas; na lomba começava a surgir um novo pólo de crescimento urbano,




Rua da Boa-Vista


iniciando uma diversificação na tipologia do casario, aqui mais variado, menos monótono que na frente ribeirinha, pois a construção em alvenaria começaria a se generalizar, embora a grande maioria das edificações fosse ainda de madeira, de tabuado.



Boa-Vista.

O início da Bela – Vista. A nascente uma única casa
Todos os palheiros situados à borda tinham um sobrado – normalmente destinado a aluguer – exibindo todos, ou quase todos,o tom ocre do sil (óleo de peixe misturado com zarcão). Mas se atentarmos em fotos do tempo, notamos que alguns já se apresentam em tons claros, algo envergonhados do destoo, mas já expondo o seu tabuado às riscas,brancas e escuras embora não tão vivas como o virão a ser na segunda metade do séc. XX.





Os primeiros palheiros já com cor clara (cerca 1930)


Iriam ser os percursores dos risquinhas que no séc. XX, se viriam a tornar o ex-libris da Praia, exibindo as riscas estereotipadas, em intensos e contrastantes tons de um cromatismo muito forte, muito vivo, muito apelativo a registo de cliché.




Costa -Nova cerca 1910

(cont)

Nenhum comentário: