sábado, 26 de abril de 2008











200 Anos da Costa-Nova
(Fascículo 5)


A Ccompanha de José Simões Estriga, de Ílhavo, já ali pescava em 1766, bem como a de Manuel da Cruz Patacão.

Então, parece-nos correcto apontar que na costa de S. Jacinto a pesca da Xávega é anterior a 1751 – pelo menos -e que, portanto, esta costa de Ovar a S.Jacinto, teria sido, provavelmente, a primeira a fazê-lo com a meia-lua.

Em 1774 é referido que um arrais de Ílhavo teria sido contratado para a pesca no Algarve, tendo sido acompanhado por toda a companha.

Do mapa abaixo, pode ser extraída uma noção do que teria representado a arte de Xávega, da sua importância como geradora do intenso e brusco povoamento que teria provocado, na Costa-Nova, conferindo-lhe dimensão, dando-lhe suporte sustentado para o seu crescimento, provocando o aparecimento de novas actividades. Que por sua vez acarretaram novas necessidades, gerando o ciclo de desenvolvimento que transformou aquele local, num dos mais afamados e referenciados da orla costeira portuguesa.
Em termos directos, o mapa abaixo, dá-nos uma ideia da dimensão da colónia piscatória ,envolvida, directamente e contratualmente, nas artes de pesca na beira do mar, em finais do séc .XIX e primeiro terço de séc.XX.



Em 1935 estão apenas registadas a existência de duas Companhas: a da Srª da Saúde e a de Stº Amaro.[1]
A estes pescadores, directamente inscritos no rol das companhas, juntava-se todo um magote de gentes para o desempenho de actividades complementares ao exercício da pesca; abogueiros,ajudantes, escolhedores, salgadores, redeiros e encascadores
[2],mestres de calafate, e outros. E ainda aqueles que faziam chegar o produto ao mercado; mercanteis ,almocreves, peixeiros e peixeiras etc.

Números estimados, fazem prever que cerca do ano de 1900, a população que girava em volta das Companhas se aproximava dos 1.500 indivíduos, número considerável se admitirmos que no mesmo ano se avaliava em 2,500 almas, o total de habitantes no agregado urbano.

Em 1900 referenciam-se os seguintes valores para as capturas de pescado,levadas a cabo na Costa –Nova,




Era uma correnteza diária de gentes necessitando de tudo o que fosse básico para a sua manutenção. Por esta necessidade, a que se viriam juntar as provocadas pela população sazonal, sentiu-se a necessidade de instalar um diversificado tipo de tendas comerciais, especialmente vendeiros no ramo do pasto. E neste, muito em particular, os dedicados ao fornecimento de vinho, mercancia que se transaccionava em elevadíssimas quantidades, no local, como era habitual nas colónias de pesca, para reconforto da alma ou para esquecimento da desdita, e que trazia para os cofres municipais uma elevadíssimo, e utilíssimo, arrecadamento de impostos.

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[1] Nos primeiros anos do séc.XX eram já muito os cercos, as «traineiras» motorizadas qyue vieram trazer o declínio à pesca feita na borda.

[2] Pessoal cuja função consistia em preparar a infusão de casca salgueiro (ou pinheiro manso) ,onde se mergulhavam as redes, que ficavam com o tom arroxeado, conferindo-lhe óptima conservação e maior resistência

(cont)

Um comentário:

Ana Maria Lopes disse...

Alguns progressos! A tabela e a percentagem das espécies capturadas já aumentam! Têm muito melhor leitura.